terça-feira, 2 de março de 2010

Futebol arte x futebol pragmático

O futebol em teoria é um esporte que visa o gol. É através da quantia de gols que se determina o vencedor de um partida. Porém dentro de um jogo de futebol, não é só o gol que interessa, a forma como se constroem as jogadas que formarão o gol são tão importantes quanto ele propriamente dito.
Em outras palavras, o futebol é sim um esporte de resultado porém como em outras tantas modalidades é possível realizar o objetivo aliando ténica e arte.
E os times que conseguem essa fusão tornam-se imbatíveis e eternos na memória do torcedor e na história do esporte.
Nas últimas duas décadas o tal "futebol arte" começou a morrer em detrimento do "futebol força", aquele do time retranqueiro que prima por não perder antes de buscar vencer.
E assim o futebol foi tornando-se um esporte pragmático e chato, tedioso!Inspirados nos exemplos campeões do mundiais: Itália de 1990 e o Brasil de 1994, o mundo do futebol passou a jogar dessa forma melancólica e respeitosa, onde dribles são mal vistos e volantes de contenção são os destaques.
Porém, o panorama começou a mudar a partir dos anos 2000.
O Brasil de 2002 tinha Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho inspirados e se não fizeram arte, feio não jogaram. Junto com aquela geração veio o Santos de Robinho, o Barcelona com trio ofensivo formado pelos malabaristas Ronaldinho, Messi e Eto´o e o Manchester United das gracinhas do Ronaldo luso.
O futebol começou a mudar o conceito sem graça e passou a dar mais espaço para quem é habilidoso e sabe jogar.
E o Santos de 2010 é um time que atua nessa fórmula de permitir-se a arte aliada a busca pelo resultado. Não é desrespeito meter uma caneta entre as pernas do zagueiro, desrespeito é quebrar a perna de um jogador, é agredir sem bola.
Fico feliz com as declarações de Neymar após o jogo dizendo que vai continuar jogando da mesma maneira e que não tem medo dos "becks" desmoralizados por seus chapéus.
Uma coisa é fazer graça sem fundamento ou sentido como o Edilson na final do Paulista em que ficou petecando em pleno meio campo. Isso é ridículo e desnecessário, mas meter caneta, chapéu, carretilha, isso é a arte, é a graça do futebol e tem de ser feito e refeito. É tanto uma forma de provocar o adversário para causar um pênalte ou expulsão quanto para um subterfúgio para abrir espaços para o jogo fluir.
O Santos está de parabéns porque vence, convence e dá show, tanto nos clássicos quanto contra os pequenos, é o melhor time do país neste momento.

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